Em cena, elas se dividem ao viver Elza Soares em suas mais diversas fases e interpretam outros personagens, como os familiares e amigos da cantora, além de personalidades marcantes, como Ary Barroso (1903-1964), apresentador do programa onde se apresentou pela primeira vez, e Garrincha (1933-1983), que protagonizou com ela um notório relacionamento.

Com texto inédito de Vinícius Calderoni e direção de Duda Maia, o espetáculo tem a direção musical de Pedro LuísLarissa Luz e Antônia Adnet. Além disso, o maestro Letieres Leite, da Orquestra Rumpilezz, foi o responsável pelos novos arranjos para clássicos do repertório da cantora, tais como LamaO Meu GuriA Carne e Se Acaso Você Chegasse. O projeto foi idealizado por Andrea Alves, da Sarau Agência, a partir de um convite da própria Elza e de seus produtores Juliano Almeida e Pedro Loureiro.

Ainda que muitos dos conhecidos episódios da vida da homenageada estejam no palco, a estrutura de Elza foge do formato convencional das biografias musicais. Se os personagens podem ser vividos por várias atrizes ao mesmo tempo, a estrutura do texto também não é necessariamente cronológica. Da mesma forma que músicas recentes (A Mulher do Fim do Mundo, a emblemática A Carne e Maria da Vila Matilde) se embaralham aos sucessos das mais de seis décadas de carreira da cantora, como Se Acaso Você ChegasseLamaMalandroLata D’Água e Cadeira Vazia.

Marcada por uma série de tragédias pessoais – a morte dos filhos e de Garrincha, a violência doméstica e a intolerância –, a jornada de Elza é contada com alegria.

A Elza me disse: ‘sou muito alegre, viva, debochada. Não vai me fazer um musical triste, tem que ter alegria’. Isso foi ótimo, achei importante fazer o espetáculo a partir deste encontro, pois assim me deu base para saber como Elza se via e como ela gostaria de ser retratada”, conta Vinicius Calderoni, que leu e assistiu a infindáveis entrevistas que a cantora deu ao longo da vida e também pesquisou a obra de pensadoras negras, como Angela Davis e Conceição Evaristo, cujos fragmentos de textos aparecem na peça.

O espetáculo foi desenvolvido ao longo de um período em que Elza se encontra no auge de uma carreira marcada por reviravoltas e renascimentos. Ao lançar seus últimos dois discos, A Mulher do Fim do Mundo (2015) e Deus é Mulher (2018), a cantora não somente ampliou ainda mais seu repertório e sua base de fãs, como conquistou, mais uma vez, a crítica internacional, e se consolidou como uma das principais vozes da mulher negra brasileira.

 

FICHA TÉCNICA

Elenco: Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacôrte, Verônica Bonfim e a atriz convidada Larissa Luz. Musicistas: Aline Colombani (violões, cavaquinho), Georgia Camara (bateria e percussão), Guta Menezes (trompete, flugelhorn e gaita), Marfa Kourakina (baixo), Neila Kadhí (programações, pandeiro, guitarra), Priscilla Azevedo (teclado, sanfona, escaleta). Direção: Duda Maia / Texto: Vinícius Calderoni / Direção Musical: Pedro Luís, Larissa Luz e Antônia Adnet / Arranjos: Letieres Leite / Cenário: André Cortez / Figurinos: Kika Lopes e Rocio Moure / Iluminação: Renato Machado / Visagismo: Uirandê de Holanda / Design de Som: Gabriel D’Angelo / Design de som associado: André Breda, Bruno Pinho e Rodrigo Oliveira / Diretora Assistente: Letícia Medella / Colaboração Dramatúrgica: Larissa Luz, Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacôrte e Verônica Bonfim/ Arranjos vocais e programações: Larissa Luz / Cenógrafa assistente: Tuca Benvenutti / Assistente de iluminação: Maurício Fuziyama/ PRODUÇÃO: Coordenação de Produção: Leila Maria Moreno / Produção Executiva: Rafael Lydio / Assistente de produção: Priscila Cardoso e César Augusto / Projeto Gráfico: Beto Martins / Fotografia: Silvana Marques / Vídeos: Elisa Mendes Assistente de vídeo: Eloi Leones/ TÉCNICA: Operador de Luz: Mauricio Fuziyama / Operador de Som: Felipe Malta/ Microfonista: Eder Eduardo / Diretor de palco: Edilson Risoleta/ Camareira: Marceli Araújo / Cenotécnico: André Salles / Pintura de Arte: Naira Santana / Aderecista: Gabriel Barros / Costureiras: Fátima Félix e Deyside Rios / Coordenador de RF: Eder Eduardo e Felipe Malta/Idealização e Direção de Produção: Andréa Alves

 

Parceria local em Belo Horizonte: Rubim Produções/ Assessoria de imprensa: Jozane Faleiro / Realização em Belo Horizonte: Festival Teatro em Movimento, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.