Parece estranha a apresentação de uma leitura de um texto teatral. Mas o ato de ler uma peça, que é bastante comum entre atores, se tornou o mote de Três Tigres Tristes. Na peça, três atores com pouco dinheiro tentam abrir um bar pra sobreviverem. Se, inicialmente, parece-nos que estamos diante de uma história tradicional (um universo de ficção), aos poucos vemos que o momento presente (a própria leitura) é a base do texto. A rubrica (indicações cênicas dentro de um texto teatral) começa a inverter a estrutura e narrativa da peça, mudando os rumos e sentidos da história.

Se formalmente o texto brinca de se desequilibrar entre ser teatro, leitura e performance, tematicamente ele traz a instabilidade das gerações contemporâneas. Com diálogos ágeis e muito humor, a dramaturgia narra a saga de três amigos que, frente a uma crise econômica, cultural e existencial, decidem abrir um bar para sobreviverem. Escrito em 2014, o texto adiantou um contexto que as últimas situações vividas no Brasil só viriam confirma-lo.

Questões relacionadas a trabalho, tempo, amor e arte são revelados na intimidade dos personagens; instáveis entre sucessos e fracassos, fragmentações e eternidades, utopias e desesperanças, revoluções e monotonias. Três tigres tristes é, antes, um grito por resistência e sobrevivência!

 

FICHA TÉCNICA

Atuação: Alexandre Hugo, Marcelo Castro, Paulo André e Vinícius Souza

Texto: Vinícius Souza

Direção: Coletiva

Colaboração artística: João Marcelo Emediato

Fotos: Alexandre Hugo

DURAÇÃO DO ESPETÁCULO: 50 min

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos